247 - O ex-executivo da Odebrecht Alexandrino de Alencar, que ficou preso por quatro meses com a deflagração da 14ª fase da operação Lava Jato, e libertado há cerca de um mês, tem dito a amigos que, em seus depoimentos na prisão, propôs contar tudo o que sabia sobre as relações da companhia com os governos brasileiros ao longo de mais de 20 anos como funcionário de carreira do grupo. “Mas, não se interessaram em saber tudo. Só quiseram informações dos últimos 12 anos”, assim Alexandrino tem dito.
O período a que o Ministério Público Federal (MPF) se interessa é relativo tão somente aos anos do PT no poder. Alexandrino, que foi diretor de Relações Institucionais da Odebrecht e ex-vice-presidente da Braskem, deixa implícito que houve malfeitos também nos dois governos do tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2001). A recusa do MPF é mais um indício evidente de que a Operação Lava Jato não se propõe à decantada uma faxina ética no país, mas resume-se a expurgar o PT do poder.
Quando da prisão de Alexandrino na Operação Erga Omnes, a PF informou ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-presidente Lula havia conversado com o executivo em 15 de junho de 2015. Quatro dias depois do telefonema, Alexandrino Alencar foi preso.
Segundo o relatório, Lula estaria preocupado com ‘assuntos do BNDES’. Em depoimento, em 12 de maio deste ano, Alexandrino afirmou à Polícia Federal que recebeu ’em quatro ou cinco oportunidades’ Rafael Ângulo Lopez, apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como carregador de malas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.
Na ocasião, Alexandrino contou que se reuniu em pelo menos duas ocasiões em hotéis de São Paulo com o ex-deputado José Janene (PP-PR) – morto em 2010 -, e com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa.
Segundo o executivo da maior empreiteira do País também participaram dos encontros o doleiro Alberto Youssef e o ex-assessor parlamentar João Cláudio Genú, homem de confiança de Janene no Congresso.
Como se vê, nada foi relatado a respeito do período tucano no poder.
Ciro Gomes fala sobre a situação após o golpe e solidariedade com Lula:
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