O senador Lindbergh Farias se destacou, ao longo das últimas semanas, como uma das figuras mais combativas na frente de batalha contra o impeachment. Juntamente com Vanessa Grazziotin e Gleisi Hoffmann, formou o que seus inimigos chamaram de “bancada da chupeta”.
“Eleição, pra eles, vale se não tiver Lula e o PT”, disse ele ao programa do DCM na TVT. “O que vem por aí é algo muito violento. Retirada de conquistas sociais é apenas um aspecto. Estão caminhando para um lado que, na minha avaliação, pode ser uma fuga do processo eleitoral. Em 1964 foi assim”.
Lindbergh ainda acredita numa virada do cenário no Senado. Ele explica como isso se daria. “A conjuntura é dinâmica. Em uma semana tudo muda. Tem quatro senadores que não quiseram se expor nessa fase da pronúncia”, diz.
Para Lindbergh, é “difícil, mas não impossível” reverter o placar. Acha que “fatos novos” envolvendo Temer e seus ministros poderão ser decisivos.
“A gente não tem o direito de se desarmar, esse é o recado. Temos que acreditar até o último momento. Podemos até perder, mas temos que ir até o fim”, afirma. “Veja o Gilmar Mendes falando de cassação do registro do PT: cassação de partido tivemos em 1947 com o PCB. Eles querem nessa disputa de 2018 cassar o PT”.
O golpe é “algo mais profundo, não e só o afastamento da Dilma. Em 64, os jornais apoiaram a vitória da democracia… A ditadura veio depois.”
A votação do impedimento, segundo LF, serve para “a blindagem do Temer e do PMDB. Se o Temer assumir, o artigo 86 da Constituição, parágrafo 4º, diz que o presidente só pode ser investigado por fatos do presente mandato. Ele ganha imunidade, não pode ser investigado por nada da Lava Jato.”
O comitê do impeachment teve algumas cenas de semi pugilato. Uma deles foi protagonizada por Lindbergh e Ronaldo Caiado, do DEM, com sua basta cabeleira, óculos italianos, a língua enrolada e a montanha de papeis que, até hoje, ninguém sabe para que servia.
Caiado chegou a chamar Lindbergh para resolver uma discussão “lá fora”. A turma do deixa disso interveio. “Desculpe o termo, mas eu não falo com esse filho da p… Nunca pensaria que em um debate com uma pessoa aconteceria isso”, afirma Lindbergh. “Caiado é um sujeito desclassificado, a cabeça dele é de líder ruralista, da UDR. Resolve na bala, sujeito fraco. Ele está todo enrolado com o Cachoeira”.
Vai levar um tempo para os tapinhas nas costas voltarem a ser comuns na Casa. “Eu fui para o enfrentamento… Eles estavam com aquela narrativa de que o PT era facção criminosa. O Aécio é outro com quem não falo. Não vou ficar com joguinho de comadre lá dentro. Hoje tem uns 10 senadores que eu nem cumprimento”.
A entrevista com o senador Lindbergh Farias pode ser conferida aqui.
Confira também, Ciro Gomes entrevista à Revista Fórum
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