Por George Marques
É perceptível que há algo de muito estranho acontecendo no mundo jornalistico-político de Brasília.
Desde que o jornal Folha de S. Paulo noticiou que a empreiteira Odebrecht pagou caixa dois para José Serra (PSDB-SP) em contas secretas na Suíça, um silêncio ensurdecedor toma de contas nas redações dos G1, do jornal O Estado de São Paulo, e no jornal O Globo. O cala-boca nas redações é generalizado.
Articulistas mantêm o foco no 2º turno nas capitais e também na fabricada reunião para resolver e suposta crise entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Numa omissão praticamente inédita, O Globo, Estadão e G1 deixam de reproduzir a denúncia. Vale lembrar que Serrá é virtual candidato à Presidência da República em 2018 (não se sabe ainda por qual partido, pelo PSBD, PMDB ou pelo PSB).
A denúncia que pode acarretar na demissão do ministro e acentuar a crise política por qual passa o governo, até o momento é deixada de escanteio nas rodas de debate dos principais comentaristas políticos da Grande Imprensa.
A denúncia contra Serra faz parte das informações contidas na delação premiada da empreiteira Odebrecht.
As explosivas revelações da Odebrecht tem potencial para desmoronar o governo Temer. Envolve também integrantes da oposição e do antigo governo petista, num rolo compressor multipartidário.
Há ainda como fator de preocupação no mundo político a iminente delação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso por tempo indeterminando suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em contas secretas na Suíça.
Eduardo Cunha teve muitos papéis no PMDB e conhece muito bem Michel Temer. Cunha já foi líder do PMDB, e mais recentemente um dos mais poderosos presidentes que a Câmara dos Deputados já viu. O presidente Michel Temer, em um culto celebrado numa Assembleia de Deus Madureira, no Rio de Janeiro, confessou que as tarefas difíceis ele entregaria à fé de Cunha. Confira:
No Palácio do Planalto há ainda a preocupação com as crescentes ocupações nas escolas em todo o país. Alunos protestam contra a reforma do Ensino Médio enviada ao Congresso Nacional por meio de medida provisória, sem discutir com a sociedade, e também contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que tem potencial para fragilizar as áreas de saúde e educação.
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