Neste segundo turno, o PT, por exemplo, perdeu todas as cidades que disputou, incluindo Anápolis e Santa Maria, onde tinha boas chances de vitória. Mas também se deu mal em Mauá, Recife, Santo André, Vitória da Conquista e Juíz de Fora.
Em Santo André, a derrota foi algo pra lá de fora da curva para um segundo turno. O candidato tucano, Paulo Serra, teve 80% dos votos. Contra apenas 20% do petista e atual prefeito Carlos Grana.
O PCdoB só disputou duas eleições neste segundo, em Contagem e Aracaju. Perdeu feio na primeira, onde Carlin Moura disputava a reeleição. E ganhou em Aracaju, numa virada heroica de Edvaldo Nogueira.
O PSOL perdeu nas três cidades que disputou o segundo turno, no Rio de Janeiro, Belém e Sorocaba. E sai desta eleição com apenas duas vitórias. Em Janduis e Jacçana, cidades muito pequenas e ambas no Rio Grande do Norte.
É verdade que há prefeitos progressistas que se elegeram por outros partidos, principalmente pelo PDT, PSB, Rede e PSB, como Roberto Cláudio de Fortaleza.
Mas o resultado geral é desastroso. E não é inteligente e muito menos justo atribuí-lo à ingratidão ou a burrice do povo.
O resultado é parte de um processo político dos mais duros da história do Brasil. Um processo de golpe judiciário-midiático-parlamentar por um lado, mas também que é fruto dos erros cometidos de formas diferentes e não proporcionais, mas por todos os partidos mais à esquerda.
O resultado desta eleição em um primeiro momento parece ser algo para esquecer. Mas na verdade deve ser o contrário, precisa ser lembrada para sempre.
Muito provavelmente ele não se repetirá em 2018 dessa forma, porque o tamanho do campo progressista é maior do que as urnas deste ano apontaram
E também muito provavelmente não se repetirá porque a safra de novos prefeitos que sai dar urnas é uma das piores de nossa história e isso provavelmente vai produzir péssimos resultados para a cidade e para o país.
Quando se ganha de forma tão maiúscula numa eleição e o povo não recebe o que espera, ele costuma ser muito duro no pleito seguinte.
Ou seja, não é absurdo pensar em começar a trabalhar desde agora para sair da crise ali na esquina, em 2018.
Mas isso vai depender muito de como os movimentos sociais vão se organizar para resistir ao que virá.
A chave do novo não está nas mãos dos partidos mais à esquerda. De nenhum deles. Todos estão muito debilitados.
O novo terá que brotar de outros lugares. E a partir de novas construções políticas. Que pode até renovar esses atuais partidos ou levar a construção de uma nova plataforma eleitoral.
Mas a derrota de hoje precisa ser lembrada como um marco pela esquerda, de que fazer política é muito mais complexo do que parece.
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